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CAPÍTULO 9 – Movimentos Sociais

Movimentos sociais na pauta das Ciências Sociais

Os movimentos sociais foram inicialmente explicados pelos comportamentos coletivos, ou seja, pelo conjunto de ações espontâneas de muitos indivíduos e grupos. Estudos sociológicos mais recentes, no entanto, reconheceram nesses movimentos uma forma de luta política organizada para construir os direitos dos cidadãos. Distinguem-se, nesse sentido, os movimentos sociais duradouros daqueles que se apresentam apenas como uma revolta ou uma reação passageira a uma situação ou fato. Um movimento social pode começar de modo espontâneo, mas à medida que vai se instituindo e se consolidando com pautas de reivindicação que levam a avanços sociais ele se constitui como movimento social no sentido dado pelas Ciências Sociais. Eles precisam de certa institucionalização e reconhecimento social. Além disso, muitas vezes estão ligados às classes subalternas, aos grupos menos favorecidos, em situação de desvantagem social.

Um movimento social afirma-se por mobilizar grupos ou uma coletividade em uma luta contra um adversário e pelo controle da mudança, explica o sociólogo francês Alain Touraine (1925-). Essas mobilizações são provocadas por uma grande variedade de motivos sociais.
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Armandinho, tirinha de Alexandre Beck, publicada em 2013. A tirinha aborda a importância dos pequenos atos e da organização e união das pessoas em torno de ideais coletivos.

Movimentos sociais, classes e pobreza

Um dos autores que mais influenciaram os movimentos sociais na história contemporânea foi Karl Marx (1818-1883). Sua teoria social, de base econômica, centra-se nas relações de produção - aquelas estabelecidas no processo produtivo entre os donos dos meios de produção (fábricas, bancos, terras, entre outros) e os trabalhadores. Para Marx, essas relações são marcadas por uma tensão latente em decorrência de interesses distintos das diferentes classes sociais, seja em relação aos privilégios, seja em relação à participação no poder. A teoria marxista considera a luta de classes como ação coletiva, uma vez que a consciência de pertencer a uma classe social aparece quando os antagonismos da sociedade são percebidos, o que pode levar ao conflito. A luta de classes é considerada a própria práxis coletiva capaz de levar a transformações. Desse modo, as grandes mudanças não dependem exclusivamente da vontade dos indivíduos; há a força do social, além de fatores políticos, culturais, econômicos que envolvem toda a sociedade. 
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Conceitos chaves: 

Relações de produção são as formas como os seres humanos desenvolvem suas relações de trabalho e distribuição no processo de produção e reprodução da vida material.

Classe Social  é um grupo de pessoas que têm status social similar segundo critérios diversos, especialmente o econômico assim como de que família pertence e nasceu, o chamado ter ou não "berço".

Ação Coletiva caracteriza-se, sim, por um conjunto de ações empreendidas por grupos ou categorias sociais em circunstâncias adversas ou não.

Práxis é um conceito básico da filosofia marxista, que remete para a transformação material da realidade. Segundo Marx, a práxis é o fundamento da teoria, sendo que para Marx a teoria deve estar incluída na práxis. De acordo com a visão de Karl Marx, práxis remete para os instrumentos em ação que determinam a transformação das estruturas sociais.
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Temas e protagonistas dos movimentos sociais contemporâneos  


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